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Diante da escassez de eletricidade, a utilização de energia solar na iluminação pública pode ser uma


No momento em que todo o país se prepara para entrar num processo de racionamento de energia elétrica devido a seca nas principais usinas hidrelétricas, a cidade de Ipatinga, na microrregião do Vale do Aço, leste de Minas Gerais, coloca em teste a primeira experiência do estado utilizando energia solar na iluminação pública. A prefeitura iluminou um trecho de 400 metros da pista de caminhada da Avenida Itália, bairro Cariru. Foram instalados 19 postes, cada um com um sistema fotovoltaico independente. O sistema é composto por duas placas, com cerca de 40 X 80 centímetros, para captação dos raios solares.

As placas estão direcionadas para o norte e recebem luz solar o dia todo As placas, importadas do Japão, estão direcionadas para o norte, numa inclinação de 30 graus em relação ao solo, de modo que, de acordo com a latitude e longitude do município de Ipatinga, possam receber luz solar durante todo o dia. Em boas condições climáticas elas podem captar e armazenar até 50 ampères diários. As células fotovoltaicas das placas convertem o raios solares em energia elétrica que é armazenada numa bateria automotiva com capacidade para 150 ampères por hora. Essa carga alimenta a lâmpada especial de 36 watts a vapor de sódio de baixa pressão, importada da Inglaterra, que funciona com 12 volts em corrente contínua. O equivalente a cerca de 30 ampères são consumidos por noite. Desse modo o sistema pode funcionar até cinco noites sem receber carga nenhuma. As placas podem captar raios solares mesmo em dias nublados, e só em presença de nuvens muito negras e baixas e sob chuva, elas param de funcionar. Segundo o prefeito Chico Ferramenta, "embora ainda em fase de teste, o uso da energia solar tem tudo para ser uma boa alternativa, porque, além de oferecer energia ecologicamente limpa, econômica e esteticamente agradável, dispensa fios, transformadores e outros equipamentos comuns no sistema elétrico tradicional". A iluminação desse trecho da pista de caminhada custou cerca de R$ 51 mil e o prefeito acredita que, dependendo da avaliação do trecho experimental tal, pode instalar mais sistemas fo- tovoltaicos em outros pontos da cidade. Atendida pelo sistema elétrico Centro-sul do país, Ipatinga tem 99% de sua área urbana e rural com energia elétrica, sendo a Cemig-Centrais Energéticas de Minas Gerais, a estatal responsável pela administração e distribuição. Segundo Francisco Woods de Carvalho, assistente do Projeto Luz Solar da Companhia Energética de Minas Gerais - Cemig, o projeto de Ipatinga é "muito interessante", porque é o primeiro caso de utilização de energia solar em local onde a energia elétrica é disponível. O projeto da Cemig atende apenas pequenas comunidades onde não há rede elétrica, basicamente formadas por famílias carentes do norte do estado.

O sistema pode funcionar até cinco noites sem receber carga nenhuma Diante da escassez de eletricidade reinante no país, a própria Cemig já divulgou a possibilidade de ampliar a utilização da energia solar. O prefeito Chico Ferramenta lembrou que o município já vem adotando medidas de economia de energia há algum tempo. Só no ano de 2000, a prefeitura investiu R$ 1 milhão no programa de iluminação da cidade, levando energia elétrica a vários pontos e fazendo a substituição da rede nas principais ruas e avenidas. Além da implantação do sistema de iluminação com energia solar, foi feita a substituição das lâmpadas de vapor de mercúrio pelas de vapor de sódio nas principais avenidas centrais. As lâmpadas de vapor de sódio consomem 40% menos energia. As lâmpadas comuns, nos órgãos públicos, também estão sendo substituídas pelas lâmpadas eletrônicas, que consomem até 80% menos de energia. Outras medidas de economia também estão sendo implantadas pela prefeitura, como a determinação de utilização do Estádio Ipatingão, de futebol, somente a tarde. Também está sendo desligado o sistema de iluminação das quadras poliesportivas do Parque Ipanema. A iluminação pública está sofrendo cortes nas principais avenidas e no trecho da rodovia federal que atravessa do município.

A instalacão dos 19 postes custou cerca de R$ 51 mil

O corte da iluminação nestes corredores e outras áreas públicas vai garantir que o município atinja o índice de economia determinado pelo Governo Federal. "Ipatinga é uma cidade com grandes corredores iluminados. A nossa proposta é apagar a iluminação proporcionalmente, conforme o movimento registrado nas vias principais, garantindo a segurança de quem trafega nestes eixos viários", explicou o prefeito.

Por Trás do Blog
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